Falta de espaço

À seis meses tornei-me sócio do CVFPDIPCPEA (Clube do Viajante Frequente Para Destinos Inóspitos do Planeta Como Por Exemplo Angola).

É uma associação que tem algumas vantagens: Brochuras dos “Hot Spots” a visitar, descontos em equipamento para a prática de Squach, um boletim anual da situação fiscal no Botswanga, direito a voto para a eleição do empregado do mês da redacção da mesma revista, mas o que me realmente aliciou a inscrever fora as milhas grátis que se acumulam por cada viagem organizada pelo CVFPDIPCPEA, que futuramente poderão ser trocadas por uma viagem à escolha pela CVFPDIPCPEA para um destino Inóspito.

Das quais relato a ultima:

Imaginem um avião bem grande, não é o A380 mas é um 747 bem à antiga, daqueles que quando os motores atingem o “Red Line” as janelas rangem, os bancos vibram, e os “assistentes de bordo” repetem sucessivamente “Tenham calma que não vamos cair porque ainda nem sequer levanta-mos” “este cheiro é normal…”não tirem o cinto que ainda não é seguro” “Senhor, saia da saída de emergência que ela não funciona” entre outras…

Mas para não fugir vou ao ponto que interessa, imaginem viajar num avião que cada fila de lugares perpendicular ao movimento do mesmo dá para 10 seres humanos, separados por 3, 4, 3, (julgo que se o Sr. Treinador Peseiro a utiliza-se ainda hoje estava ao comando do Sporting (note que esta táctica dispensa o uso de guarda redes, podendo este ser utilizado como mascote para a campanha de prevenção da gripe das aves)). Agora imaginem a vossa sorte de lhes calhar no lugar do meio, agora imaginem os lugares do avião todos ocupados, e logo para os dois ao vosso lado irem as duas maiores pessoas que embarcaram no avião… Para agravar imaginem que no lugar atrás do vosso vai um bebé, e na fila ao lado vai um miúdo de 3 anos daqueles que não para quieto, acompanhado de uma mãe passiva que comenta “para quieto” “eu vou-te bater” “assim já não comes a sobremesa” e que por nada deste mundo lhe dava dois mosquetes e dizia “para a próxima levas mais”…

Agora imaginem ficar 1H30M parados na pista porque algo (leia-se algo como a causa do cheiro a fumo no avião) estava a atrasar o voo. Somem mais 7 horas de viagem. Mais uma para à chegada passarem a fronteira. Mais 2 para as malas chegarem ao carrossel. Mais meia hora para sair do aeroporto. Mais 1 para ser revistado por suspeita de alguma irregularidade. Mais 1 minuto para pedirem-me desculpa pelo incomodo.

Conclusão, estou extremamente contente por ter me inscrito no CVFPDIPCPEA.

MRPP: Alguns factos foram propositadamente diminuídos de modo a atenuar a realidade dos mesmos. Alguma duvida ou persistência dos sintomas contacte o seu médico ou farmacêutico.